quinta-feira, 2 de julho de 2015

CARTA APOSTÓLICA DO PAPA SANTO JOÃO XXIII SOBRE O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO

CARTA APOSTÓLICA DO PAPA SANTO JOÃO XXIII SOBRE O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO: a devoção ao Preciosíssimo Sangue foi-nos instilada no próprio ambiente doméstico em que floresceu a nossa infância, e sempre recordamos com viva emoção a recitação das ladainhas do Preciosíssimo Sangue que os nossos velhos pais faziam no mês de julho.Parece-nos, portanto, particularmente oportuno chamar a atenção dos nossos diletos filhos para o nexo indissolúvel que deve unir as duas devoções, já tão difundidas no seio do povo cristão, isto é, o ss. Nome de Jesus e o seu sacratíssimo Coração, aquela que pretende honrar o Sangue Preciosíssimo do Verbo encarnado, "derramado por muitos em remissão dos pecados".Porquanto, se infinito é o valor do Sangue do Homem-Deus, e se infinita foi a caridade que o impeliu a derramá-lo desde o oitavo dia do seu nascimento, e depois, com superabundância, na agonia do horto , na flagelação e na coroação de espinhos, na subida ao Calvário e na crucifixão, e, enfim, da ampla ferida do seu lado, como símbolo desse mesmo Sangue divino que corre em todos os sacramentos da Igreja, não só é conveniente, mas é também sumamente justo que a ele sejam tributadas homenagens de adoração e de amorosa gratidão por parte de todos os que foram regenerados nas suas ondas salutares.



Aos veneráueis irmâos patriarcas, primazes, arcebispos, bispos
e outros ordinários do lugar em paz e comunhão com a Sé Apostólica.
Veneráveis Irmãos, saudação e Bênção Apostólica,
1. Desde os primeiros meses do nosso serviço pontifício aconteceu-nos muitas vezes - e não raro a palavra foi precursora ansiosa e inocente do nosso próprio sentir - convidar os fiéis, em matéria de devoção viva e cotidiana, a se volverem com ardente fervor para a expressão divina da misericórdia do Senhor sobre as almas individuais, sobre a sua Igreja santa e sobre o mundo inteiro, dos quais todos Jesus continua sendo o Redentor e o Salvador. Queremos dizer a devoção ao Preciosíssimo Sangue.
2. Esta devoção foi-nos instilada no próprio ambiente doméstico em que floresceu a nossa infância, e sempre recordamos com viva emoção a recitação das ladainhas do Preciosíssimo Sangue que os nossos velhos pais faziam no mês de julho.

3. Lembrados da salutar exortação do Apóstolo: "Estai atentos a vós mesmos e a todo o rebanho: nele o Espírito Santo vos constituiu guardiães, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si pelo sangue de seu próprio Filho" (At 20,28), cremos, ó Veneráveis Irmãos, que entre as solicitudes do nosso universal ministério pastoral, depois da vigilância sobre a sã doutrina deve ter um lugar privilegiado aquela que diz respeito ao reto desenvolvimento e ao incremento da piedade religiosa, nas manifestações do culto litúrgico e privado. Parece-nos, portanto, particularmente oportuno chamar a atenção dos nossos diletos filhos para o nexo indissolúvel que deve unir as duas devoções, já tão difundidas no seio do povo cristão, isto é, o ss. Nome de Jesus e o seu sacratíssimo Coração, aquela que pretende honrar o Sangue Preciosíssimo do Verbo encarnado, "derramado por muitos em remissão dos pecados" (cf. Mt 26,28).

4. Com efeito, se é de suma importância que entre o Credo católico e a ação litúrgica da Igreja reine uma salutar harmonia, visto que "a norma do acreditar define a norma de rezar",(1) e nunca sejam consentidas formas de culto que não brotem das fontes puríssimas da verdadeira fé, é justo, outrossim, que floresça harmonia semelhante entre as várias devoções, de modo que não haja contraste ou dissociação entre as que são consideradas como fundamentais e mais santificantes, e que, ao mesmo tempo, sobre as devoções pessoais e secundárias tenham o primado na estima e na prática aquelas que melhor realizam a economia da salvação universal operada pelo "único mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem, aquele que deu a si mesmo em resgate por todos" (1Tm 2,5-6). Movendo-se nesta atmosfera de reta fé e de sã piedade, os féis estão seguros de sentir com a Igreja, ou seja de viverem em comunhão de oração e de caridade com Jesus Cristo, fundador e sumo sacerdote dessa sublime religião que dele recebe, com o nome, toda a sua dignidade e valor.

5. Se agora detivermos um rápido olhar aos admiráveis progressos que a Igreja católica tem operado no campo da piedade litúrgica, em salutar consonância com o desenvolvimento da sua fé na penetração das verdades divinas, indubitavelmente será consolador verificarmos que nos séculos próximos a nós não faltaram, da parte desta Sé Apostólica, claros e repetidos atestados de consentimento e de incentivo para todas as três devoções supra mencionadas; devoções que foram praticadas desde a Idade Média por muitas almas piedosas, e depois foram difundidas em várias dioceses, ordens e congregações religiosas, mas que aguardavam da Cátedra de Pedro o cunho da ortodoxia e a aprovação para a Igreja universal.
6. Baste-nos recordar que os nossos predecessores desde o século XVI enriqueceram de favores espirituais a devoção ao ss. Nome de Jesus, da qual no século precedente se fizera apóstolo infatigável, na Itália, Ss Bernardino de Sena. Em honra desse ss. Nome foram, antes de tudo, aprovados o ofício e a missa, e em seguida as Ladainhas.(2) Nem foram menos insignes os privilégios concedidos pelos pontífices romanos ao culto para com o sacratíssimo Coração de Jesus, em cuja admirável propagação (3) tamanha parte tiveram as revelações feitas pelo Sagrado Coração a Santa Margarida Maria Alacocque. E tão alta e unânime tem sido a estima dos pontífices romanos a esta devoção, que eles se comprazeram em lhe ilustrar a natureza, defender a legitimidade, e inculcar a prática com muitos atos oficiais, aos quais puseram coroamento três importantes encíclicas sobre este assunto. (4)

7. Mas também a devocão ao Preciosíssimo Sangue de Jesus, da qual foi propagador admirável no século passado o sacerdote romano s. Gaspar del Bufalo, teve o merecido consentimento e o favor desta Sé Apostólica. Com efeito, importa recordar que, por ordem de Bento XIV, foram compostos a missa e o ofício em honra do Sangue adorável do divino Salvador; e que Pio IX, em cumprimento de um voto feito em Gaeta, quis que a festa litúrgica fosse estendida à Igreja universal. (5) Finalmente, foi Pio XI, de feliz memória, quem, em lembrança do 19° centenário da redenção, elevou a sobredita festa a rito duplo de primeira classe, a fim de que, pela acrescida solenidade litúrgica, mais intensa se tornasse a própria devoção, e mais copiosos se entornassem sobre os homens os frutos do Sangue redentor.
8. Seguindo, portanto, o exemplo dos nossos predecessores, com o fim de favorecer ulteriormente o culto para com o precioso Sangue do Cordeiro imaculado, Cristo Jesus, aprovamos-lhe as ladainhas, segundo a ordem compilada pela Sacra Congregação dos ritos,(6) incentivando outrossim a reza das mesmas em todo o mundo católico, quer em particular quer em público, com a concessão de indulgências especiais.(7) Possa este novo ato do cuidado por todas as Igrejas (cf.lCor 11,28), próprio do pontificado supremo, em tempo das mais graves e urgentes necessidades espirituais, acordar no ânimo dos crentes a convicção do valor perene, universal, sumamente prático das três louvadas devoções.

9. Por isto, ao aproximar-se a festa e o mês dedicados ao culto do Sangue de Cristo, preço do nosso resgate, penhor de salvação e de vida eterna, façam-na os fiéis objeto de meditações mais devotas e de comunhões sacramentais mais freqüentes. Iluminados pelos salutares ensinamentos que promanam dos Livros sagrados e da doutrina dos padres e doutores da Igreja, reflitam no valor superabundante, infinito desse Sangue verdadeiramente preciosíssimo, do qual uma só gota pode salvar o mundo todo de toda culpa", (8) como canta a Igreja com oAngélico Doutor, e como sabiamente confirmou o nosso predecessor Clemente VI. (9)
10. Porquanto, se infinito é o valor do Sangue do Homem-Deus, e se infinita foi a caridade que o impeliu a derramá-lo desde o oitavo dia do seu nascimento, e depois, com superabundância, na agonia do horto (cf. Lc 22,43), na flagelação e na coroação de espinhos, na subida ao Calvário e na crucifixão, e, enfim, da ampla ferida do seu lado, como símbolo desse mesmo Sangue divino que corre em todos os sacramentos da Igreja, não só é conveniente, mas é também sumamente justo que a ele sejam tributadas homenagens de adoração e de amorosa gratidão por parte de todos os que foram regenerados nas suas ondas salutares.

11. E ao culto de latria a ser prestado ao cálice do Sangue do Novo Testamento, sobretudo no momento da sua elevação no sacrifício da Missa, é sumamente conveniente e salutar que se siga a comunhão com esse mesmo Sangue, indissoluvelmente unido ao corpo do nosso Salvador no sacramento da eucaristia. Em união, então, com o sacerdote celebrante, poderão os fiéis com plena verdade repetir mentalmente as palavras que ele pronuncia no momento da comunhão; "Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor... O sangue de Cristo me guarde para a vida eterna. Amém". Desse modo os fiéis que dele se aproximarem dignamente receberão mais abundantes os frutos de redenção, de ressurreição e de vida eterna que o Sangue derramado por Cristo "por impulso do Espírito Santo" (Hb 9,14) mereceu para o mundo inteiro. E, nutridos do corpo e do sangue de Cristo, tornados participantes do seu poder divino, que fez surgir legiões de mártires, eles irão ao encontro das lutas cotidianas, dos sacrifícios, até mesmo do martírio, se preciso, em defesa da virtude e do reino de Deus, sentindo em si mesmos aquele ardor de caridade que fazia S. João Crisóstomo exclamar: "Saímos daquela mesa quais leões expirando chamas, tornados terríveis ao demônio, pensando em quem é o nosso Chefe e quanto amor teve por nós... Esse Sangue, se dignamente recebido, afasta os demônios, chama para junto de nós os anjos e o próprio Senhor dos anjos... Esse Sangue derramado purifica o mundo todo... Este é o preço do universo, com ele Cristo redime a Igreja... Tal pensamento deve refrear as nossas paixões. Até quando, com efeito, ficaremos apegados ao mundo presente?Até quando ficaremos inertes?Até quando descuraremos pensar na nossa salvação? Reflitamos sobre os bens que o Senhor se dignou de nos conceder, sejamos-lhe gratos por eles, glorifiquemo-lo não só com a fé, mas também com as obras".(10)

12. Oh! se os cristãos refletissem mais freqüentemente no paternal aviso do primeiro papa: "Portai-vos com temor durante o tempo do vosso exílio. Pois sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou ouro que fostes resgatados..., mas pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula" (1Pd 1,1719); se eles dessem mais solícito ouvido à exortação do apóstolo das gentes: "Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo" (l Cor 6,20). Quanto mais dignos, mais edificantes seriam os seus costumes, quanto mais salutar para a humanidade inteira seria a presença, no mundo, da Igreja de Cristo! E, se todos os homens secundassem os convites da graça de Deus, que os quer todos salvos (cf. 1Tm 2,4), porque ele quis que todos fossem remidos pelo Sangue de seu Unigênito, e chama todos a serem membros de um só corpo místico, do qual Cristo é a Cabeça, então quanto mais fraternas se tornariam as relações entre os indivíduos, os povos, as nações, e quanto mais pacífica, quanto mais digna de Deus e da natureza humana, criada a imagem e semelhança do Altíssimo (cf. Gn 1,26), se tornaria a convivência social!

13. Era a contemplação desta sublime vocação que s. Paulo convidava os fiéis provenientes do povo eleito, tentados de pensar com saudade num passado que fora apenas uma pálida figura e o prelúdio da nova aliança: "Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade de Deus vivo, a Jerusalém celestial, e de milhões de anjos reunidos em festa, e da assembléia dos primogênitos cujos nomes estão inscritos nos céus, e de Deus o juiz de todos, e dos espíritos dos justos que chegaram à perfeição, e de Jesus, mediador de uma nova aliança, e do sangue da aspersão mais eloqüente que o de Abel" (Hb 12,22-24).
14. Plenamente confiamos, ó veneráveis irmãos, que estas nossas paternais exortações, pelo modo como julgardes mais oportuno tornadas por vós conhecidas ao clero e aos fiéis a vós confiados, serão de bom grado postas em prática, não só salutarmente, mas também com fervoroso zelo, em auspício das graças celestes e em penhor da nossa particular benevolência, com efusão de coração concedemos a bênção apostólica a cada um de vós e a todos os vossos rebanhos, e de modo particular aos que generosa e piedosamente responderem ao nosso convite.
Dado em Roma, junto a S. Pedro, no dia 30 de junho de 1960, vigília da Festa do Preciosíssimo Sangue de N. S. J. C., segundo ano do nosso Pontificado.
JOÃO PP. XXIII



Notas
1. Cf. Enc. Mediator DeiAAS 39(1947), p. 54.
2. Cf. AAS,18 (1886), p. 509.
3. Cf. Of f : Festi SS. Cordis lesu, II Noct., lect. V
4. Carta Enc. Annum Sacrum. Acta Leonis XIII, 19(1899), pp. 71ss.; Carta Enc. Miserentissimus RedemptorAAS, 20(1928), pp. 165ss.; Carta Enc. Haurietis aquasAAS, 48(1956,), pp. 309ss..
5. Decr. Redempti sumos, de 10 deAgosto de 1849; cf. Arch. S.C. Rit., Decr. ann.1848-1849, fol. 209.
6. Cf. AAS, 52(1960), pp. 412-413.
7. Decr. S. Poen. Ap., de 3 de Março de 1960; cf. AAS, 52( 1960), pp. 420.
8. Hino Adoro te devote.
9. Bula Unigenitus Dei Filius, de 25 de janeiro de 1843; Denz. 550 [= DS 1025].
10. In loan., Homil. 46; PG 59, 260-261.

CARTA APOSTÓLICA DO PAPA BEATO JOÃO XXIII SOBRE O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO: Seguindo, portanto, o exemplo dos nossos predecessores, com o fim de favorecer ulteriormente o culto para com o precioso Sangue do Cordeiro imaculado, Cristo Jesus, aprovamos-lhe as ladainhas, segundo a ordem compilada pela Sacra Congregação dos ritos,(6) incentivando outrossim a reza das mesmas em todo o mundo católico, quer em particular quer em público, com a concessão de indulgências especiais.(7) Possa este novo ato do cuidado por todas as Igrejas (cf.lCor 11,28), próprio do pontificado supremo, em tempo das mais graves e urgentes necessidades espirituais, acordar no ânimo dos crentes a convicção do valor perene, universal, sumamente prático das três louvadas devoções.


 
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CARTA APOSTÓLICA DO PAPA BEATO JOÃO XXIII SOBRE O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO:

Ladainha do Preciosíssimo Sangue

Aprovada pelo Sumo Pontífice João XXIII
Senhor,tende piedade de nós.
Jesus Cristo,tende piedade de nós.
Senhor,tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai do Céu, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvai-nos.
Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos.
Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos.
Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos.
Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos.
Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos.
Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.
Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos.
Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos.
Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos.
Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvai-nos.
Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós,Senhor.
V.: Remistes-nos,Senhor, com o Vosso Sangue.
R.: E fizestes de nós, um reino para o nosso Deus.
Oração: 
Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho,Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu.
Pelo mesmo Cristo, Senhor Nosso. Assim seja.
Oferecimento: 
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Sangue preciosíssimo de Jesus Cristo em desconto dos meus pecados,em sufrágio das santas almas do Purgatório e pelas necessidades da Santa Igreja e por todos os doentes.
Súplica a Nossa Senhora
Mãe Dolorosa, peço-vos pelo Vosso sofrimento na morte de Vosso Filho,que ofereçais ao Pai Eterno o precioso Sangue que jorrou das Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado pelos pobre Sacerdotes transviados, que se tornaram infiéis a sua sublime vocação, para que quanto antes voltem junto ao Bom Pastor. Amém.

terça-feira, 21 de abril de 2015

PAPA SÃO JOÃO XXIII: desejamos convidar-vos a recitardes o Rosário com particular devoção também por estas outras intenções, que tanto temos a peito, a saber: a fim de que o sínodo de Roma seja frutuoso e salutar para esta nossa dileta cidade; e afim de que do próximo Concílio Ecumênico do qual participareis com a vossa presença e com o vosso conselho, toda a Igreja obtenha uma afirmação tão maravilhosa, que o vigoroso reflorescimento de todas as virtudes cristãs




CARTA ENCÍCLICAGRATA RECORDATIODO SUMO PONTÍFICE
PAPA JOÃO XXIII

AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E AOS OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A REZA DO TERÇO
PARA AS MISSÕES E PARA A PAZ
1. Desde os da nossa juventude, com freqüência se nos apresenta à alma a grata recordação daquelas cartas encíclicas [1] que o nosso predecessor, de imortal memória, Leão XIII, na iminência do mês de outubro, muitas vezes endereçou ao mundo católico, para exortar os fiéis, especialmente durante aquele mês, à piedosa prática do Santo Rosário. Trata-se de encíclicas várias pelo seu conteúdo, ricas de sabedoria, vibrantes de sempre nova inspiração, e o mais possível oportunas para a vida cristã. Era um forte e persuasivo apelo a dirigir confiantes súplicas a Deus, mediante a poderosíssima intercessão da Virgem sua Mãe, com a recitação do Santo Rosário. Este, com efeito, como de todos é sabido, é uma excelente modalidade de oração meditada, constituída à guisa de coroa mística, na qual as orações doPai-Nosso, da Ave-Maria e do Glória ao Pai se entrelaçam com a consideração dos mais altos mistérios da nossa fé, pelos quais é apresentado à mente, como outros tantos quadros, o drama da encarnação e da redenção de nosso Senhor.
2. Com o passar dos anos, esta suave recordação da nossa idade juvenil nunca nos abandonou, e nem tampouco se enfraqueceu; antes  dizemo-lo com paternal confiança – valeu para tornar bastante caro ao nosso espírito o Santo Rosário, que nunca deixamos de recitar inteiro cada dia do ano: ato de piedade mariana que sobretudo desejamos praticar com particular fervor no mês de outubro.
3. Durante o curso deste primeiro ano do nosso Pontificado, que já chega ao fim, não nos faltou ocasião de exortar muitas vezes o clero e o povo cristão a preces públicas e privadas; mas agora pretendemos fazê-lo com uma exortação mais viva, diremos, e comovida, por muitos motivos que brevemente exporemos nesta nossa encíclica.
4. I. No próximo mês de outubro completa-se o primeiro aniversário do piedosíssimo trânsito do nosso predecessor Pio XII, cuja existência refulgiu de tantos e tamanhos méritos. Vinte dias depois, sem mérito algum nosso, por oculto desígnio de Deus, fomos elevados ao sumo pontificado. Dois sumos pontífices estendem-se a mão, como que para se transmitirem a sagrada herança da grei mística e para conclamarem a continuidade da sua ansiosa solicitude pastoral e do seu amor a todos os povos.
5. Não são porventura estas duas datas, uma de tristeza e outra de júbilo, a clara demonstração, perante todos, de que, na perpétua sucessão dos acontecimentos humanos, o pontificado romano sobrevive ao longo do curso dos séculos, mesmo se todo chefe visível da Igreja católica, chegado ao tempo fixado pela Providência, é chamado a deixar este exílio terrestre?
6. Volvendo o olhar quer para Pio XII quer para seu humilde sucessor, nos quais se perpetua o ofício de supremo pastor comado a S. Pedro, os fiéis elevem a Deus a mesma prece: "Protege o papa, os bispos e todos os ministros do evangelho, nós te pedimos, escuta-nos, Senhor!". [2]
7. E apraz-nos, ademais, aqui recordar que também o nosso imediato predecessor, com a EncíclicaIngruentium malorum [3]já exortou os fiéis de todo o mundo, como ora o fazemos nós, à piedosa recitação do Santo Rosário, especialmente no mês de outubro. Naquela encíclica há uma advertência que de muito bom grado repetimos: "Volvei-vos com sempre maior confiança para a Virgem Mãe de Deus, a quem os cristãos sempre e principalmente têm recorrido nas adversidades, visto que ela foi constituída fonte de salvação para todo o gênero humano". [4]
8. II. A 11 de outubro teremos a grande alegria de entregar o crucifixo a uma densa falange de jovens missionários, que, deixando a sua dileta pátria, assumirão a árdua tarefa de levar a luz do Evangelho a povos longínquos. Nesse mesmo dia, à tarde, é desejo nosso subir ao Janículo para celebrar, com alegres auspícios, o primeiro centenário de fundação do Colégio Americano do Norte, em união com os superiores e com os alunos.
9. As duas cerimônias, embora não intencionalmente marcadas para o mesmo dia, têm o mesmo significado: isto é, de afirmação clara e decidida dos princípios sobrenaturais que movem todas as atividades da Igreja católica; e da voluntária e generosa dedicação de seus alhos à causa do mútuo respeito, da fraternidade e da paz ente os povos.
10. O maravilhoso espetáculo destas juventudes que, vencidas inúmeras dificuldades e incômodos, se oferecem a Deus para que também os outros entrem na posse de Cristo (cf. Fl 3,8), seja nas mais longínquas terras ainda não evangelizadas, seja nas imensas cidades industriais onde, no vertiginoso pulsar da vida moderna, as almas às vezes se estiolam e se deixam oprimir pelas coisas terrenas, este espetáculo, repetimos, é comovedor e anima à esperança de dias melhores.
11. Nos lábios dos velhos que até aqui carregaram o peso destas graves responsabilidades floresce a ardente prece de S. Pedro: "Concede aos teus servos anunciarem com toda confiança a palavra de Deus" (cf. At 4,29).
12. Portanto, vivamente desejamos que durante o próximo mês de outubro todos estes nossos filhos sejam recomendados, com fervorosas preces, à augusta Virgem Maria.
13. III. Há, além disto, uma outra intenção que nos impele a dirigir mais ardentes súplicas a Jesus Cristo e à sua amabilíssima Mãe, preces para as quais convidamos o sacro colégio de cardeais, e vós, veneráveis irmãos, os sacerdotes e as almas consagradas, os doentes e os sofredores, as crianças inocentes e todo o povo cristão. E é esta: afim de que os homens responsáveis pelos destinos das grandes como das pequenas coletividades, cujos direitos e cujas imensas riquezas espirituais devem ser escrupulosamente conservadas intactas, avaliem, atentamente a grave tarefa da hora presente.
14. Por isso rogamos ao Senhor que eles se esforcem por conhecer a fundo as causas que originam as dissensões, e com boa vontade as superem; sobretudo que avaliem o triste balanço de ruínas e de danos dos conflitos armados – que o Senhor afaste! – e não depositem neles esperança alguma; que adaptem a legislação civil e social às reais exigências dos homens, não esquecidos, por outro lado, das Leis eternas, que provêm de Deus e são o fundamento e o eixo da própria vida civil; e preocupem-se sempre com o destino ultraterreno de toda alma individual, criada por Deus para alcançá-lo e gozá-lo um dia.
15. Além disto, é de lembrar que hoje se difundiram posições filosóficas e atitudes práticas absolutamente inconciliáveis com a fé cristã. Com serenidade, precisão e firmeza continuaremos a afirmar essa inconciliabilidade. Mas Deus fez curáveis os homens e as nações! (cf. Sb 1,14).
16. E por isto confiamos que, postos de parte os áridos postulados de um pensamento cristalizado e de uma ação penetrada de laicismo e de materialismo, busquem e achem os oportunos remédios naquela sã doutrina que a experiência das coisas cada dia mais confirma. Ora, essa doutrina conclama que Deus é autor da vida e das suas leis: que é vingador dos direitos e da dignidade da pessoa humana; por conseqüência, que Deus é a "nossa salvação e Redenção!". [5]
17. O nosso olhar volve-se para todos os continentes, lá onde os povos estão em movimento para tempos melhores, e nos quais vemos um despertar de energias profundas que faz esperar num empenho das consciências retas em promover o verdadeiro bem da sociedade humana. A fim de que esta esperança se realize de modo o mais consolador, isto é, com o triunfo do Reino da verdade, da justiça, da paz e da caridade, ardentemente desejamosque todos os nossos filhos formem "um só coração e uma só alma" (At 4,32), e elevem comuns e fervorosas súplicas à celeste Rainha e Mãe nossa amantíssima durante o correr do mês de outubro, meditando estas palavras do apóstolo das gentes: "Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, afim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo" (2 Cor 4,8-10).
18. Antes de terminarmos esta carta encíclica, veneráveis irmãos, desejamos convidar-vos a recitardes o Rosário com particular devoção também por estas outras intenções, que tanto temos a peito, a saber: a fim de que o sínodo de Roma seja frutuoso e salutar para esta nossa dileta cidade; e afim de que do próximo Concílio Ecumênico do qual participareis com a vossa presença e com o vosso conselho, toda a Igreja obtenha uma afirmação tão maravilhosa, que o vigoroso reflorescimento de todas as virtudes cristãs, que dele esperamos, sirva de convite e de estímulo também para todos aqueles nossos irmãos e filhos que estão separados desta Sé Apostólica.
19. Com esta gratíssima esperança e com grande afeto concedemos a vós, veneráveis irmãos, aos féis a vós singularmente confiados, e de modo especial a todos os que, com piedade e boa vontade acolherem este nosso convite, a bênção apostólica.
Dado em Roma, junto a S. Pedro, no dia 26 de setembro de 1959, primeiro do nosso Pontificado.
JOÃO PP. XXIII

Notas
[1] Cf. Carta enc. Supremi Apostolatus: Acta Leonis XIII, III, p. 280ss; EE (= Enchiridion delle Encicliche, EDB. Coleção publicada na Itália) 3; Carta enc. Superiore anno: Acta Leonis XIII, IV, p. 123ss; EE 3;Carta enc. Quamquam pluriesActa Leonis XIII, IX, p. 175as; EE 3; Carta enc. Octobri menseActa Leonis XIII, XI, p. 299ss; EE 3; Carta enc. Magnae Dei Matris: Acta Leonis XIII, XII, p. 221ss; EE 3; Carta enc. Laetitiae sanctae: Acta Leonis XIII, XIII, p. 283ss; EE 3; Carta enc. Iucunda semper: Acta Leonis XIII, XIV, p. 305ss; EE 3; Carta enc. Adiutricem populi: Acta Leonis XIII, XV, p. 300ss; EE 3; Carta enc. Fidentem piumqueActa Leonis XIII, XVI, p. 278ss; EE 3; Carta enc. Augustissimae Virginis: Acta Leonis XIII, XVII, p. 285ss; EE 3; Carta enc. Diuturni temporisActa Leonis XIII, XVIII, p.153ss; EE 3.
[2] Lit. Sanctorum.
[3] Ingruentium malorum15 de setembro de 1951; AAS, 43 (1951), p. 577ss, EE 6/873ss.
[4] Santo Ireneu, Adv. haer. III, 22: PG. 7, 959. – AAS, 43 (1951), pp. 578-579; EE 6/876.
[5] Da Liturgia Sagrada.

Santo JUAN XXIII : en todas partes el sacerdote expresa la riqueza, la belleza, la fascinación de la Liturgia.


DISCURSO DE SU SANTIDAD JUAN XXIII
AL CLERO DE ROMA EN LA PRIMERA SESIÓN DEL SÍNODO
*

Sala de las Bendiciones
Lunes 25 de enero de 1960




Al inaugurar ayer tarde las sesiones Sinodales rendimos homenaje a los dos gloriosos santos Juanes, el Bautista y el Evangelista, titulares ambos de la Sacrosanta Archibasílica dedicada al Santísimo Salvador y Catedral insigne de la Diócesis de Roma.

Al final de aquella primera ceremonia de introducción, que resultó tan solemne e impresionante nos pareció oír la voz del anciano profeta y salmista Zacarías dirigiéndose a Nos, como a su hijo recién nacido, a Nos que somos los continuadores y objeto de su gran profecía; voz que invita a caminar ante la faz del Señor y a preparar sus caminos, ad dandam scientiam salutis plebi eius (Lc 1,76-77).

Y ahora nos hallamos aquí; hemos traído nuestras tiendas a esta Colina Vaticana junto al sagrado Sepulcro de Pedro, Príncipe de los Apóstoles, que evoca espontáneamente el de Pablo, ambos figuras eminente, que ayer tarde ya encontramos, al evocar el Concilio llamado de Jerusalén, primera tentativa de reunión Sinodal.

Siendo huéspedes de su misma casa, será más grato nuestro coloquio con ellos y apreciaremos mejor sus enseñanzas.

Invocación a los santos apóstoles Pedro y Pablo

Oh Pedro, Simon Joannis, como fuiste llamada en el solemne acto de tu altísima investidura, henos aquí: tu lejano e indigno sucesor, en su doble misión de Vicario de Cristo en la tierra, y de Obispo de Roma, está ante ti, humilde y compungido, como lo estuviste tú cuando el Maestro quiso lavarte los pies, en el acto de instituir el más grande sacramento. Tú sabes que en esta hora tan emocionante, el último llamado a ocupar tu puesto repite también: non tantum pedes meos, sed et manus et caput (Jn 13,9). Séle propicio en su importante misión de Pastor y Padre con estos sus más valiosos y queridos colaboradores, en el orden sacerdotal.

Y tú, Pablo, Vaso de elección y Doctor de las gentes, asociado al magisterio, al culto, a la gloria del apostolado de Pedro, alcánzanos a todos los aquí reunidos tu espíritu y tu fuego difundido a través de tus catorce cartas todavía y siempre resplandecientes como lámparas en la Iglesia del Señor.

¡Hermanos e hijos!

Con esta doble invocación Nos sentimos que podemos marchar decididamente por nuestro camino. El estudio tan atento y ferviente de cada una de las disposiciones de vida y de ministerio pastoral, está ante Nos en una serie de artículos redactados con competencia, claridad y eficacia, merecedores de la admiración y el elogio de personalidades competentísimas y acreditadas, que Nos invitamos a considerar y juzgar. Se trata de un conjunto impresionante de puntos doctrinales y disciplinares, cuya aplicación práctica a la vida del clero y del pueblo romano traerá consigo, si la gracia del Señor nos ayuda, verdadero progreso religioso y social tanto más notable cuanto que responde mejor a las condiciones actuales de pensamientos y costumbres.

La solicitud del Obispo por su diócesis, además de la preparación de convenientes disposiciones de carácter disciplinar, le obliga a mover las voluntades para que obren y se renueve todo lo que tiene síntoma de cansancio y de desuso y todo adquiera nuevas energías.

El punto central y más elevado para esta revigorización y embellecimiento espiritual es el sacerdote y en el sacerdote su persona y su vida.

Pues bien, la persona del sacerdote es sagrada; su vida debe ser santa.

Permitidnos que sobre estos dos títulos hablemos un poco.

La persona del sacerdote es sagrada

Queridos hermanos e hijos. Podríamos retener vuestra atención con amplitud y profundidad doctrinal, patrística, o haciendo consideraciones de orden y estilo moderno o modernísimo. Pero preferimos dispensaros de ello y preferimos detenernos en dos fuentes de doctrina celestial, evangélica y eclesiástica, como son las enseñanzas de San Pedro y San Pablo en sus cartas y, al lado estos dos oráculos, los cánones y Decretosdel Concilio Tridentino, completados e ilustrados por el preciosísimo Catecismo Romano o Catecismo del Concilio Tridentino, publicado por San Pío V (1566) y reeditado por el Papa veneciano Clemente XIII (1758-1769). A este Catechismus Romanus el Cardenal Agustín Valerio, amigo de San Carlos Borromeo, lo llamaba divinitus datum Ecclesiae y es ocasión excelente que aprovechamos —incluso por el título de la obra que honra a nuestra ciudad episcopal— de proclamar su grandísimo valor para el uso corriente de la predicación sagrada en las parroquias y para el que tiene poco tiempo para estudios profundos y también para el que, ocupado en ellos, está deseoso de precisión teológica, dogmática y moral. Decir esto, es también un recuerdo —os pedimos Nos disculpéis— de nuestra juventud, alegre y activa, cuando nos ocupábamos, incluso con vista a publicarlo, en conocer más a fondo este verdadero y preciosísimo tesoroAd iuvandam rempublicam Christianam, et restituendam veterem Ecclesiae disciplinam nobis divinitus datum esse videmus... —son palabras del antiguo Obispo de Verona— vos qui aliquando aetate procesistis—este es nuestro caso y el de los más viejos de entre vosotros— legite hunc catechismum, septies, et plusquam septies; mirabilis enim fructus ex eo percipietis.

Abordando nuestro tema, decimos que la persona del sacerdote es sagrada. Como tal ha sido iniciada y señalada en el rito de la ordenación. La misión primera y principal del sacerdote es ofrecerse como hostia inmaculada para realizar la obra de Cristo Redentor del género humano. De esta unión con Cristo, que renueva sobre el altar el sacrificio de la Cruz, el Concilio de Trento afirma: Divina res est tam Sancti Sacerdotii ministerium (Sess. XXIII, c. 2). Este carácter de consagración aumenta en dignidad cuando se le añade la potestad conferida al sacerdocio de perdonar los pecados: Quis potest dimittere peccata, nisi solus Deus? (Mc 2,7).

Pues bien, es natural que este ofrecimiento divino y esta práctica de misericordia de perdonar los pecados en nombre de Jesús muerto por los pecadores y saludado continuamente, especialmente por indicación del Bautista, como el Cordero de Dios que quita los pecados del mundo, sea tanto más agradable a Dios cuanto más inocente, puro, inmaculado, alejado del pecado y elevado a los cielos sea el sacerdote que con Jesús se ofrece y absuelve los pecados en el nombre de Dios. Se dice que así como «Cristo es Dios», así también sus sacerdotes tienen que estar poseídos y guiados por Cristo y por Dios.

Malaquías ya había proferido este elogio de la persona del sacerdote antiguo: «El es el Ángel del Señor».

Cuando decimos que la persona del sacerdote es sagrada, pensamos enseguida en el altar de Dios donde el sube todos los días, y del que baja para los cometidos que la obediencia le impone.

En esa sumidad, donde se realizan los más altos misterios del culto, se fija la mirada del joven seminarista, que por varios grados, y tras una larga preparación, desde allí se dirige a los fieles, que no saben imaginarse al sacerdote si no en la irradiación de luz y de gracia de la Santa Misa.

La buena índole, los estudios severos, la propiedad de lenguaje y de tratamiento son como el manto que envuelve la humanidad del sacerdote: pero la linfa divina de su aplicación a los misterios divinos y a las obras de apostolado, deben sacarla del altar. Este es su puesto, el que ante todo le conviene. Desde allí habla a los fieles. Pero al dirigirse a ellos con lenguajes elaborado en la meditación y hecho suyo, ha de parecer como si fuera de la casa en el templo del Señor; y las sagradas palabras del Misal, del Breviario, del Ritual, han de resonar en las intimidades misteriosas de su alma, antes que bajo las bóvedas del santuario.

Ya sea que se encuentre en el lecho de los enfermos o en el confesionario o en el baptisterio o en el campo santo, en todas partes el sacerdote expresa la riqueza, la belleza, la fascinación de la Liturgia.

Más que la lámpara que arde junto al altar Eucarístico, la persona del buen sacerdote dirige hacia Nuestro Señor los pensamientos, los sentimientos, las miradas de los fieles.

«El Santísimo Sacramento —escribió el cardenal Manning— consagra el Tabernáculo, el altar, el santuario, la casa del sacerdote. La zarza Horeb ardía, pero el sacerdote y todo lo que lo rodea está envuelto en el esplendor y está bajo el influjo del Santísimo Sacramento confiado a sus cuidados». (Card. Manning, Sacerdocio eterno, pág. 39) LEER...